Mudanças

Adoro ouvir Karnak. Na verdade, adoro ouvir muitas coisas nas quais o André Abujamra está envolvido: Mulheres Negras, seus discos solos. E o Karnak. No final da década de 1990 a banda lançou o álbum Universo Umbigo. É de lá que está tocando, na minha cabeça, essa música aqui:

O mundo muda

A gente muda
O mundo muda
A gente muda
O mundo muda

Eu era pobre, andava de chinelo
Hoje sou rico, ando de pajero
Eu era rico, nadava na piscina
Hoje sou pobre, pão com margarina

Eu perdi tudo
Achei você
Eu tenho tudo
Tenho você
Eu era pobre e hoje eu sou rico
Eu era feio e hoje sou bonito
Eu eu era rico e hoje sou pobre
Eu era escravo e hoje eu sou nobre
Eu perdi tudo
Achei você
Eu tenho tudo
Tenho você


Um conjunto de transformações às quais a vida nos submete. De ascensão à queda num piscar de olhos. De uma situação de inferioridade (econômica, social) para o topo da pirâmide, na velocidade de um jato.  Ao final, no entanto, fica o que conta: a pessoa com você.

Mudamos muito. Mudamos o tempo todo e não nos damos conta disso. Apenas ao pararmos para pensar, ao olharmos para nossas trajetórias, para os caminhos que percorremos podemos perceber o quanto cada um de nós mudou. 

E a mudança é necessária. Isso não significa que eu não tenha convicções, ou que eu dance conforme a música. Mudar significa perceber que o que nos cerca está em constante transformação. Significa perceber que não sabemos tudo, não temos respostas para tudo e que, reconhecer isso, significa perceber que cometemos erros no passado que podem até mesmo nos embaraçar. Mas temos a chance de não cometê-los novamente.




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