Insônia, uma nova experiência.

Eu nem sabia se meu blog ainda estava ativo, pois minha última postagem foi há pouco mais de um ano. Eu havia feito um texto enorme sobre o ato de escrever, mas não sei por qual razão eu o perdi: dele restou apenas um título e nada mais.


Talvez o ato de escrever, de retomar o blog, possa ser uma estratégia para dar conta da insônia. Sempre fui, até a época do mestrado, uma pessoa que dormia muito bem, e sem qualquer dificuldade. Porém, ao iniciar os estudos na UFRGS, com duas escolas para atender e viajando para Porto Alegre três vezes por semana (só não andava de ônibus no domingo...) meu sono se alterou. Meu corpo se mostrava cansado, mas meu cérebro continuava a mil por hora, me fazendo acordar várias vezes durante a noite temendo estar perdendo a hora e, consequentemente, o primeiro ônibus da manhã para Gramado e não chegando a tempo para as aulas na escola - era o tempo de descer do ônibus, engolir um copo de café e entrar em sala de aula. Olhando para trás, confesso que não sei como consegui fazer isso.


Apesar desse sono inquieto, interrompido várias vezes pelo medo do atraso, não me recordo de ter tido momentos de insônia. Acontece que está é a terceira noite, na mesma semana, em que não adormeço. Na segunda-feira eu fiquei acordada até às 6h da manhã; na última noite, até depois das 2h. Hoje, caros leitores, estou escrevendo no blog semi-morto depois da 1h30min da madrugada, apesar de ter tomado um comprimido de Rivotril. Fiz um balde de chá para me acompanhar enquanto escrevo.


O que acontece? Não sei dizer exatamente o que acontece. Sigo meus rituais noturnos que precedem a noite de sono: iluminação leve, leio bastante (a leitura é algo que preciso fazer, e que se não realizo é como se uma parte de minha preparação para o sono não estivesse completa), até que me sinto cansada e sonolenta. Neste momento guardo o livro, apago a luz de leitura e coloco a cabeça no travesseiro, e é neste momento que a mágica do ritual tem deixado de funcionar.


Repentinamente, minha cabeça passa a ser atacada pelos mais variados pensamentos: de questões políticas e sociais até besteiras domésticas, playlists, o que está na minha estante e quero ler mas vai ter que ficar para a próxima encarnação. O problema é que o pensamento não se encerra, não consigo colocar nele um ponto final, mas entra em um looping e me deixa presa. Conversando com meu psi sobre isso, concluimos que não adianta eu brigar com esses pensamentos sobre os quais eu claramente não tenho controle algum - tolos de nós que achamos que controlamos nossos pensamentos. Pessoas herdeiras do pensamento racional, levamos um gongada do nosso inconsciente que faz questão de dizer quem é que se encontra no comando da coisa toda. O inconsciente dá uma rasteira no que achamos que está sob o controle da razão.


Até o momento, não consigo identificar o gatilho para essas noites mal dormidas. Confesso que já estou começando a ir para a cama com o temor de não conseguir adormecer, o que é péssimo porque cria ainda mais ansiedade e prejudica ainda mais meu soninho rejuvenescedor. A insônia poderia ser ao menos produtiva, e permitir que eu tenha ótimas ideias para escrever um livro que se torne o nº 1 da lista de mais vendidos e me propicie sombra e água fresca. Sobre escolas de magia, namoros entre humanos e vampiros as livrarias estão cheias. Talvez o que me reste seja escrever um livro sobre coach que, pelo que tenho acompanhado, parece ser um mercado editorial promissor...





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