Minha vida tem trilha sonora!

Todos os momentos da minha vida foram e ainda são acompanhados por trilha sonora. Em primeiro lugar, não consigo viver sem música. Acredito que poderia me privar da capacidade de falar, mas não conseguiria ficar sem ouvir por causa da música e sem enxergar por causa dos meus livros. Em segundo lugar, minha memória é muito menos fotográfica e muito mais sonora. Certos discos e em especial certas músicas levam-me sempre para experiências muitas vezes bem escondidas e (providencialmente?) esquecidas em alguns momentos.

As fases de minha vida, meu estado de espírito, a evolução (ou regressão) da qualidade de meu dia podem ser observados pelo que estou ouvindo naquele momento, e aí pouco importa o gênero musical . Assim como o cinema precisa de sua trilha, a qual algumas vezes consegue ser maior que o próprio filme, da mesma forma eu preciso da música.

Preciso daquela que me arremessa aos tempos com amigos que não vejo mais porque a vida mandou cada um para um canto do país; outra que me leva para minha casa em São Paulo; uma que seja capaz de levantar defunto, pois há dias que a gente precisa de algo, digamos, de força. Há também as trilhas que podem - e devem - ser cantadas apenas no banheiro. Lembro-me inclusive da primeira vez que escutei determinada música e o impacto que ela teve sobre mim. Retrato em Branco e Preto, do Chico, ouvi pela primeira vez no aniversário da Dri; Eleanor Rigby ouvi numa fita dos Beatles (o álbum Revolver) que o Thiago me emprestou, quando eu estava na oitava série; Não Quero Dinheiro ouvi no instituto de física da Unicamp, no meu primeiro ano da universidade, quando uma colega nossa do IFCH, acompanhada pela banda, colocava todo mundo para dançar na hora do almoço.

A trilha certa deixa os momentos mais dramáticos ou mais leves, mas no fundo mesma, depende da minha própria direção técnica = D

Comentários

Postagens mais visitadas